segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A Dama de Vermelho - Cap. 3


Dama de Vermelho
3ª Crônica – Volume 1
Fobias e Fetiches – Parte 1

7:00h da manhã.
Lily já estava esperando May na farmácia há 10 minutos quando ela empurrou a porte da farmácia e foi caminhando até sua amiga, que lia fofocas na internet, usando All Star vermelho de cano alto e um primaveril e simpático vestido amarelo-ovo tomara-que-caia.
_Temos que usar jaleco, gostosa! – avisou Lily bem-humorada.
_Gostosa? Você é lésbica? Porque eu estou tão...! Ah... esquece! – disse May deprimida, indo pegar seu jaleco no vestiário.
_O que aconteceu? – gritou para sua colega poder ouvir.
_Uma semana! Faz uma semana que eu não pego nem mulher, nem bicho, nem doença, muito menos homem! Você não quer...?! – indagou May vestindo o jaleco.
_Sem chances! Vamos abrir a farmácia!
_Posso ver pornografia na internet antes?
_Não.
_Vou comprar uma revista gay, então!
_Depois do expediente! E hoje você só sai às 5:00h da tarde! – anunciou Lily.
Lily MacMarrow tinha 31 anos; nascera, vivera e se formara farmacêutica em Phoenix, Arizona; sua mãe era uma escritora escocesa e seu pai um aposentado negro nova-iorquino e atualmente moravam no Condado de Queens, Nova York; Lily estava noiva de um publicitário e moravam juntos em um simpático apartamento; era vciada em Tryptanol, um anti-depressivo e tinha um cãozinho chamado Frodo, em homenagem ao protagonista dos seus livros preferidos: a trilogia O Senhor dos Anéis.
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10:15h da manhã.
May e Lily já haviam tomado meio litro de café sem açúcar cada e o único cliente até agora fora uma diabética obesa comendo uma rosquinha que pediu um coquetel de remédios...
Um jovem clínico-geral recém formado adentrou a farmácia e tirou uma lista de medicamentos do bolso do alvíssimo jaleco. As farmacêuticas se entreolharam e rapidamente May correu para atender o novo cliente.
_O que o senhor deseja?
_Todos os medicamentos desta lista
_Australiano? Seu sotaque... Você é australiano? – perguntou May.
_Sim! – respondeu confuso.
_Loiro e australiano! Você não quer transar comigo? – indagou.
_Vá buscar mais café...! – cochichou Lily no ouvido de sua colega.
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13:10h da tarde.
Um moreno forte, não muito magro, 44 anos, peludo, gerente de um restaurante indiano entrou na farmácia e pediu um fármaco contra prisão de ventre à May que foi atendê-lo.
_Está aqui! – disse a farmacêutica entregando o remédio – Peludões são meu fetiche! Que tal uma rapidinha ali no banheiro?
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15:50h da tarde.
Três jovens com músculos bem torneados vestindo roupas para malhação e suor escorrendo pelo rosto entraram numa farmácia. May foi correndo atende-los imaginando que essa fosse a chance de satisfazer seus desejos.
_Vocês vendem hormônios nessa farmácia? – indagou o mais bronzeado.
_Se vocês toparem uma suruba eu vendo!
_Não tia!!! – e os bombados foram embora.
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16:10h da tarde.
Um jovem de 18 anos de idade segurando um saxofone adentrou a farmácia e pediu um medicamento receitado contra transtorno bipolar à May.
_Você toca sax? – perguntou a farmacêutica, sem malícia.
_Sim.
_Jazz me excita profundamente!
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_May! – chamou Lily.
_O que...?! – terminou de tomar seu décimo terceiro café – Acho que estou viciada em café...!
_Você precisa urgentemente de sexo!
_Quer pirulito? – ofereceu a Dama Escarlate.
_Eu já dei um jeito no seu problema! Você só precisa fechar a farmácia às 5:00h. OK?
_Sem problemas!
_Eu te encontro na sua casa! Beijos gata! – e Lily MacMarrow foi embora.
Meia-hora depois May Campbell já havia fechado a farmácia e estava indo para sua casa.

Arthur Araújo!

Bjo gente!

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