quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Feira de Livros...

Uma semana atrás, fui numa feira de livros, a primeira aqui da cidade. Não tinha nada de bom lá pra falar a verdade...


Mas um amigo meu, o Arthur estava lá e a gente ficou conversando sobre nossos projetos e tal.


Tinha um poesia dele exposta na feira... Eu li e gostei... então decidir posta-la aqui.


Espero que gostem!

Maria Desgraça

Ela estava embuchada
e o pai da criança não a conhecia.
Ela já imaginava a criança que viria.
Ela não se conformava!
A criança se chamaria Maria!

Ela cresceria,
sofreria como calango na seca do Nordeste,
no chão rachado morreria.
A vida viveria no agreste.
Viveria? Sobreviveria? Uma vida infeliz arrastaria
no chão do Nordeste, no agreste...

No agreste nascera,
no agreste Maria vivia,
sua mãe se embuchara,
e a chamava de Maria, Maria.
Mulher da vida se tornaria, como sua mãezinha previra.

Antes mesmo de nascer já era mal falada,
Coitada!
Bosta de jumento,
desgraçada, estúpida, amarrada,
fruto de um espancamento.
Maria Desgraça fora apelidada!

Sua vida fora como roseira invadida por ervas daninhas.
Desolada!
Como se no agreste crescesse sementinhas.
Complicada!
E as sementinhas já crescidinhas...
Despreparada!

Por homens Maria fora abusada,
desde pequena,
por homens e mulheres enganada!
Desde menina:
Sempre fora muito levada, danada!


Mulher já se tornara
com curvas avantajadas!
Seu corpo ela entregava
para homens machos a pexeiradas.
A felicidade que buscava,
junto a mil homens com certeza a encontrava.

Maria morta!
A infelicidade.
Toda torta,
vivia com piedade!

A infelicidade batera na porta,
e entrava.
Maria estava confusa, tonta, torta,
sem nenhum dos homens que lhe ajudava
quando estava por cima, na ponta... que agora entorta!
Na sua vida a tristeza habitava.

Ela estava embuchada
e o pai da criança não a conhecia.
Ela já imaginava
a criança que viria.
Ela não se conformava!
A criança se chamaria Lia!

Maria estava grávida!
Embuchada. Pariu!
Lia era feinha e gelada.
Feição de gente quase nada.
Quando Maria a viu
Ficou paralisada!

Maria morreu!
Lia a matou.
Perdeu o seu eu, Maria Desgraça

Ela estava embuchada
e o pai da criança não a conhecia.
Ela já imaginava a criança que viria.
Ela não se conformava!
A criança se chamaria Maria!

Ela cresceria,
sofreria como calango na seca do Nordeste,
no chão rachado morreria.
A vida viveria no agreste.
Viveria? Sobreviveria? Uma vida infeliz arrastaria
no chão do Nordeste, no agreste...

No agreste nascera,
no agreste Maria vivia,
sua mãe se embuchara,
e a chamava de Maria, Maria.
Mulher da vida se tornaria, como sua mãezinha previra.

Antes mesmo de nascer já era mal falada,
Coitada!
Bosta de jumento,
desgraçada, estúpida, amarrada,
fruto de um espancamento.
Maria Desgraça fora apelidada!

Sua vida fora como roseira invadida por ervas daninhas.
Desolada!
Como se no agreste crescesse sementinhas.
Complicada!
E as sementinhas já crescidinhas...
Despreparada!

Por homens Maria fora abusada,
desde pequena,
por homens e mulheres enganada!
Desde menina:
Sempre fora muito levada, danada!


Mulher já se tornara
com curvas avantajadas!
Seu corpo ela entregava
para homens machos a pexeiradas.
A felicidade que buscava,
junto a mil homens com certeza a encontrava.

Maria morta!
A infelicidade.
Toda torta,
vivia com piedade!

A infelicidade batera na porta,
e entrava.
Maria estava confusa, tonta, torta,
sem nenhum dos homens que lhe ajudava
quando estava por cima, na ponta... que agora entorta!
Na sua vida a tristeza habitava.

Ela estava embuchada
e o pai da criança não a conhecia.
Ela já imaginava
a criança que viria.
Ela não se conformava!
A criança se chamaria Lia!

Maria estava grávida!
Embuchada. Pariu!
Lia era feinha e gelada.
Feição de gente quase nada.
Quando Maria a viu
Ficou paralisada!

Maria morreu!
Lia a matou.
Perdeu o seu eu,
Que tanto buscou
Maria Desgraça morreu!
Maria...



Arthur Araujo

Um comentário:

Arthur Araujo disse...

OBRIGADO POR POSTAR minha poesia!!!
Ficou muito lindo o blog!